É BOM VIVER!

Não sei porque vivo! Não sei porque estamos no mundo! Viver é complicado; independente da crença de cada um, que pode variar muito, só do que podemos ter certeza é que viemos de nossas mães e vamos para um túmulo; isto é comum para todo mundo!
Viver pode ser complicado, mas se estou escrevendo isto, e você está lendo isto, é porque estamos vivos, então a única coisa que podemos fazer é viver da melhor maneira possível! E depois de muito tempo analisando minha vida e a vida de outras pessoas, cheguei a conclusão que viver pode ser muito divertido, e a felicidade é possível.
Ter uma vida boa e feliz é simplesmente uma questão de escolha. Podemos escolher sermos felizes ou não. O que atrapalha é a nossa eterna insatisfação e nossa eterna busca por coisas que muitas vezes são inúteis. Nossa busca por futilidades, por castelos de areia, por sonhos frágeis e inconstantes. Nossa ambição por conseguir coisas que vão além de nossa capacidade gera aquela insatisfação que nos deixa tristes e nos faz pensar que somos infelizes!
Realmente, viver é complicado, e aprendemos desde cedo que precisamos nos sacrificar a vida toda para termos as coisas que não precisamos, e que a solidão e a falta de amor são os preços que pagamos pelo sucesso!
Espero que este blog ajude você, que está me lendo agora, a repensar sua vida e descobrir como conseguir o sucesso que você tanto quer sem ter que pagar o preço exorbitante de solidão e infelicidade! Se eu conseguir isto, então eu terei tido sucesso na única ambição que governa minha vida: ensinar às pessoas que VIVER NÃO É PERIGOSO, NEM COMPLICADO!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A REVOLUÇÃO DOS HOMENS


Em "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, somos apresentados aos porcos, que levantam uma revolução entre todos os bichos de uma fazenda para se libertarem dos abusos dos humanos, propondo que os animais expulsem os homens e dominem a fazenda, uma vez que é eles que fazem todo o trabalho. No final, os porcos tomam o lugar dos humanos, dominam a fazenda com mãos de ferro, e os outros animais continuam sendo explorados, desta vez por aqueles que disseram que os ajudaria.
A todo momento somos bombardeados por notícias, novidades, escândalos, boatos, calúnias e piadinhas sobre o atual governo. Os dois lados, direita e esquerda, se acusam, se culpam, se atacam, muitas vezes com bobagens que de nada pesariam no exercício do cargo. O que me preocupa é que pessoas comuns, brasileiros sem cargos públicos, que não são políticos, fazem tudo para defender seus candidatos e partidos, chegando a ofender familiares, colegas de trabalho e amigos, e a causar brigas que podem perdurar para muito depois do mandado. E temos novas eleições próximas.

Eleição não deve ser causadora de conflitos. Todos nós temos nossas convicções, que muitas vezes não combinam com as de outras pessoas a nossa volta, mas estas diferenças não devem ser transformadas em guerra. Quem vota no PT, no PSDB ou no PQP faz sua escolha, baseada em razões que só a esta pessoa interessa, e se é verdade que vivemos em uma democracia, então estas escolhas têm que ser respeitadas. Ou estaremos de volta aos tempos da ditadura, da opressão.
Quem votou na Dilma acusa o Serra de ditador, ladrão, mentiroso, destruidor de instituições públicas e avatar do imperialismo, da ditadura do poder, das elites financeiras do país. Até já chegaram a dizer que ele é um agente da CIA implantado no Brasil! Muito disto pode até ser verdade. O PSDB realmente tem um passado de privilegiar mais as empresas que os empregados. Mas os partidos de direita, TEORICAMENTE, teriam como princípio ajudar empresas e indústrias a lucrar mais, a prosperar, de forma a garantir que empresários tenham condições de gerar mais empregos e pagar melhores salários. Claro que sabemos que, na prática, a realidade é outra; empresários se utilizam disto para melhorar seus lucros, sem repassar nada para a sociedade!

Quem votou no Serra acusa a Dilma de terrorista, de incompetente, de aproveitadora, de usurpadora da fama e dos louros de Lula, de cúmplice de Zé Dirceu e de todos os outros problemas que aconteceram nos últimos anos. E também pode muito bem ser verdade. O PT cometeu muitos erros, sucateou a educação, transformou programas sociais em cabides de emprego e, ao invés de auxiliar a população a viver melhor com trabalho e bons salários, apenas distribui esmolas. Ao invés de melhorar a qualidade da educação, apenas abaixou o nível para permitir bons resultados nas estatísticas sobre a mesma. E ainda perde tempo com medidas irrelevantes e inúteis, como querer alterar a flexão de gênero nas profissões! Um partido de esquerda tem um princípio de ajudar diretamente aos menos favorecidos, mas dar esmolas e mudar a avaliação do que é pobreza só para dizer que está erradicando a pobreza não ajuda em nada as pessoas que sofrem. Ampliar a definição de classe média para dizer que pobres "subiram" na vida não muda a realidade destas pessoas.
Mas o PSDB não tem só erros, também tem acertos. E o PT também. Ambos os partidos, juntos, fizeram do Brasil um excelente país, rico e auto-sustentável. Claro que há desemprego e miséria, mas FHC e Lula juntos tomaram ações que se completaram e permitiram um excelente crescimento. O governo FHC não foi bom para muita gente, e o governo Lula não foi bom para muita gente. Ambos os lados têm inimigos ferrenhos, e isto está causando uma divisão do país que não deveria estar acontecendo. Não neste momento, quando o Brasil está indo muito bem, obrigado.

Minha escolha foi votar nulo. Alguns dizem que meu voto irá para o Serra, porque o PSDB é desonesto, mas isto é rumor, é preconceito de seus opositores. Outros afirmam que meu voto irá para a Dilma, porque o PT está no poder, e a situação tem poder para interferir na contagem de votos. Isto também é preconceito dos opositores do PT. Não me importo; não acredito em nenhum dos dois, e minha consciência me proíbe de votar em qualquer um deles, por qualquer motivo. Meus princípios não me permitem votar em quem não confio, e não vou escolher um lado apenas “porque o outro lado é pior”. Nenhum dos dois é bom, na minha opinião, e por isto não escolhi nenhum. Apesar de achar que o PT não fez um governo tão ruim, e o único problema (que para mim é relevante; as outras falhas do governo de Lula e Dilma não vejo como um problema sério) é a falta de cuidado com a educação.
Como nos porcos de Orwell, a ditadura parece que passa de governo para governo. Mas parece mais acentuada na população. Até os que falam que a direita quer acabar com a liberdade e a democracia estão fazendo o mesmo jogo, querendo me obrigar a votar. E o pior de tudo é que os dois partidos, os dois candidatos, pouco se importam com os que brigam aqui embaixo. Para eles tanto faz, e enquanto a população briga entre si, os dois se beneficiam de toda a máquina política. Já me disseram que sou obrigado a votar no PT, porque trabalho em uma empresa que foi prejudicada quando o FHC esteve na presidência. Sou obrigado? Uma democracia não significa que o cidadão é livre para fazer suas escolhas? Se sou obrigado a votar neste ou naquele, então não estou vivendo em uma democracia, mas em uma ditadura!
 
Me recuso a cair nestes jogo, mas não quero convencer ninguém a votar nulo. Cada um faz suas escolhas, e um dos princípios da democracia é que estas escolhas devem ser respeitadas. Não importa em quem você vai votar, não pressione nem tente impor suas escolhas aos outros. Respeite a decisão das outras pessoas como você quer que respeitem as suas. Não deveríamos transformar uma eleição em uma guerra entre amigos, familiares e colegas de trabalho, porque esquerda ou direita podem estar no poder, e os políticos eleitos vão estar muito bem, mas nós brasileiros continuaremos aqui, vivendo nossas vidas como sempre, e convivendo com aqueles que ofendemos na época de eleições. Este é o meu maior medo, mais do que saber quem ganhou!

E o fanatismo é o maior causador de medo. Fanáticos pela sua religião, time ou partido muitas vezes chegam às raias do assassinato, tentando impor suas ideias e crenças sobre os outros. Mas não há justificativas para a violência ou o tumulto. Criar confusão em passeatas ou comícios, tentar impor seu candidato por meio de coerção ou ameaça, eliminar qualquer meio que não faça apologia ao seu próprio candidato, evitar falar com pessoas, mesmo aquelas com quem você convive, só porque não vão votar em quem você quer, são formas que se assemelham muito ao modo de agir dos grandes ditadores e tiranos. Sem falar que tais atitudes podem se tornar um “tiro no pé”, pois podem dar resultados contrários. De repente aquele de quem você falou tanto, como salvador do povo e honesto, perde as eleições. Ou pior, ganha, e se revela um tirano ou corrupto pior do que o outro. E então, você fica com aquela vontade de esconder a cara em um buraco!

Por isto, reafirmo o tema deste artigo: respeito ao outro lado, às opiniões das outras pessoas, às ideias contrárias às suas, são exemplos desta democracia que custamos tanto a construir. Devemos dizer não à ditadura e à tirania, e lembrar que liberdade de expressão é uma de nossas melhores conquistas. Não vamos querer agora nos tornar tiranos e ditadores em uma eleição, nosso principal símbolo de liberdade. E não devemos nos deixar iludir pelos porcos, que só estão esperando os humanos saírem da fazenda para tomar o seu lugar, e continuar a nos escravizar!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ROCK? IN RIO

Neste final de semana teremos a nova edição do Rock in Rio! Yeeeaahhhh! Fãs do Rock do mundo inteiro estarão no Rio de Janeiro para curtir o maior festival de Rock do Brasil, e um dos maiores do mundo! O RnR tem história, desde 1985, e apesar do nome, já aconteceu em Portugal e na Espanha.

As melhores e maiores bandas de Rock do Brasil e do mundo estarão no Rio de Janeiro para a edição de 2011, para o delírio dos fãs. Nomes como Paralamas do Sucesso,Titãs, Capital Inicial, Elton John, Red Hot Chili Peppers, Slipknot, Metallica, Jota Quest, Skank, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, todos estarão na cidade do Rock, participando desta grande festa do Rock'n'Roll!

Espere aí! Claudia Leitte? Ivete Sangalo? Elas estarão cantando Rock? Também tem Martinho da Vila, Milton Nascimento, Maria Gadú... Bom, eu pessoalmente não curto muito Claudia Leitte nem Ivete Sangalo, mas gosto do Milton e do Martinho. Mas, me corrijam se eu estiver enganado: é um festival de Rock, não é? Não temos muitos festivais de Rock, certo? E temos muitos shows da Ivete e da Claudia, quase o ano todo. Então, eu não sei porque elas tem que invadir o Rock in Rio! Nada contra elas, até gosto um pouquinho das músicas delas, e gosto muito de MPB e outros ritmos (menos o sertanOjo universiOtário, axé e os pagodes que estão surgindo recentemente). Mas o Rock in Rio é um festival de Rock, deveria ter apenas artistas deste estilo! Tem espaço o ano todo para festivais dos outros estilos!

A não ser que o Rock in Rio torne-se Music in Rio! Já tivemos problemas com o Carlinhos Brown, que deveu-se tanto à falta de coordenação dos realizadores do evento que cometeram um erro, como à intolerância dos fãs de Rock, que não aceitaram muito bem a "invasão" de outros estilos! Bem, esperemos que este ano, pelo menos, os organizadores da festa não cometam erros ao anunciar as atrações, ou o problema se repetirá! Mesmo com todo o esquema de segurança montado!

Aos fãs de Ivete, Claudia, Milton, Martinho, Maria Gadú, e outros "não-roqueiros" (Rihanna, Shakira e Kesha canta Rock?), minhas desculpas se parece que estou criticando estes artistas! Estou apenas comentando que o Rock in Rio deveria apresentar apenas artistas do Rock, ou então não ser mais um festival de Rock!

Ainda bem que não convidaram o Justin Bieber! Mas acho que ele não viria mesmo! A mãe dele talvez não autorizasse ele a viajar, ou a ficar acordado depois das nove!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

TSUNAMI NO JAPÃO: CASTIGO DIVINO?

Japão, Terra do Sol Nascente, país dos samurais e ninjas, da disciplina férrea, do karaokê e karatê. Dos animês e mangás e otakus. Dos lindos parques e templos milenares. E dos eternos terremotos!
O Japão é um país com uma civilização antiga, assim como a China, o Egito, a Grécia e Roma. Diferentemente das outras civilizações, estas têm se mantido firme por muito tempo, mesmo antes de Cristo. Houve civilizações que surgiram e sumiram, mas estas continuam há muito tempo com basicamente os mesmos preceitos, bons ou ruins. Os japoneses, por exemplo, sempre cuidaram da higiene pessoal, enquanto os europeus só tomavam banho uma ou duas vezes na vida (não é exagero; os ingleses diziam que banho só na hora do nascimento, e talvez na hora da morte!).
Uma coisa negativa sobre o Japão é a teimosia; os japoneses não costumam mudar de opinião facilmente, são turrões e costumam levar muito a sério as normas e leis. Mas esta característica os torna um povo forte, trabalhador e disciplinado, capaz de aguentar qualquer coisa que lhes aconteça. Já passaram por algumas guerras, já invadiram e foram invadidos, tiveram de sofrer com as consequências da explosão de duas bombas atômicas, e convivem todos os dias com terremotos. Mesmo assim, sua capacidade de recuperação é incrível, e não esperam a tragédia acabar para começar a reconstrução!
Seu estilo de vida costumava primar pelo desenvolvimento do corpo e da saúde, e há milênios os japoneses têm um estilo de vida que privilegia a saúde ao invés do conforto. Antigamente, os japoneses não sentavam em cadeiras, mas no chão, o que os forçava a uma postura correta do corpo. Suas casas tinham um revestimento no piso especial, os tatami, com a consistência certa para garantir uma boa noite de sono sem causar danos às costas, equivalente aos nossos modernos colchões ortopédicos. Exercícios físicos eram uma obrigação para todos, homens e mulheres, idosos e crianças, e a longevidade deles superava em muito a dos europeus.
Sim, o estilo deles era espartano, mas saudável. Era, porque em muitos casos, os japoneses de hoje adotam o estilo de vida ocidental, baseado no excesso de conforto. Porque é assim que vivemos hoje: queremos luxo e conforto, e não queremos sequer um segundo de desconforto e dificuldade. E infelizmente, são as dificuldades que nos fazem evoluir e aprimorar...
Quando eu contei à uma colega que os japoneses dormiam no chão, ela ficou abismada. Segundo ela, como pode um povo que parece tão inteligente e moderno ter uma qualidade de vida tão ruim? Porque dormir no chão é humilhante e desconfortável! Claro, é uma senhora acostumada ao conforto, que almeja os luxos da sociedade ocidental moderna, por isto vê com horror um povo moderno, com alta tecnologia, mas que prefere “viver como mendigo”! Outro colega ficou sabendo que no Japão, quando as pessoas entram no metrô ou nos trens muito cheios, funcionários empurram as pessoas para dentro, para força-las a se espalhar e otimizar a ocupação do veículo. Segundo ele, é um grande desrespeito dos funcionários da empresa de viação, e se isto acontecesse no Brasil, a empresa seria processada sempre. Mas aqui no Brasil, muitas pessoas costumam entrar nos ônibus e trens e se acomodar na porta, não se mexendo mais até o momento de descerem, e não se importam se há espaços vagos e pessoas tentando entrar. Se isto não é um desrespeito, eu não sei o que é. Os japoneses entendem que este procedimento dos funcionários é para facilitar o fluxo de pessoas, e melhorar as condições de uso do transporte público para os próprios usuários, principalmente em um país pequeno demais para tanta gente!
E no último grande terremoto que aconteceu agora em 2011, junto com um tsunami, os japoneses deram mais uma amostra da diferença entre eles e grande parte dos povos do mundo: apesar da grande tragédia, já estão reconstruindo, e aposto que, antes que o ano termine, eles já tenham terminado de refazer suas vidas e seu país, e já estejam preparados para a próxima tragédia. Provavelmente, se houver outra catástrofe destas proporções, o Japão sofra bem menos que agora!
Mas sem dúvida, a pior coisa a respeito da catástrofe que eles sofreram, é o preconceito dos outros povos. Algumas pessoas que conheço, que se dizem religiosas, disseram que o Japão mereceu o que aconteceu, que foi um castigo divino, porque eles são budistas! Que esta tragédia é um sinal para que eles se convertam e aceitem Deus! Sinceramente, eu esperava um absurdo destes vindo das pessoas “religiosas”, fanáticos que repetem tudo o que sua igreja diz sem questionar. E sem informar-se primeiro. Budismo não é uma religião, eles não veneram Buda da mesma maneira que se venera Deus! Buda é venerado como um exemplo a ser seguido, um príncipe que largou sua vida de luxo e riquezas para vagar pelo mundo para descobrir como as pessoas comuns vivem, e para buscar iluminação espiritual. Ele não é um santo, ou um deus, apenas um homem que procurou respostas para muitas perguntas que os homens se fazem. Está certo que alguns levam esta veneração quase a um nível religioso, são fanáticos religiosos, mas não significa que todos os budistas considerem Buda como o criador do universo.



Algumas pessoas criticaram esta matéria, dizendo que é invenção da Globo, que os japoneses são idiotas por não reclamarem do governo, ou coisas parecidas. Quem conhece o povo japonês, sabe que eles são assim: ordeiros, leais a seu país e aos semelhantes, honestos. E muitos brasileiros os criticam! Que tipo de povo queremos ser: honestos e ordeiros, ou reclamões, desonestos, que culpam o mundo todo por seus problemas, que usam a corrupção na política para justificar seus próprios atos errados?

Fanatismo religioso é sempre ruim, porque prega o preconceito, a destruição dos “insurgentes”, a intolerância. Não podemos esquecer que os terroristas que causaram tanta destruição em 2001 nos EUA eram “guerreiros de Deus”, pessoas que achavam que estavam cumprindo os desejos de Deus, matando todas as pessoas que “eram más”. O terrorismo é em grande parte religioso, mas eu não vejo muita diferença entre fanáticos que matam pessoas e fanáticos que destroem as pessoas espiritualmente, usando preconceito, ou se regozijando com a desgraça alheia! Não creio que Deus goste da ideia de a pessoa ficar feliz com as desgraças que atingem outras pessoas. Cabe a ele julgar e punir, e não a nós!
Dizer que os japoneses mereceram o que aconteceu por serem budistas para mim é o cúmulo do preconceito e da intolerância religiosa. Só falta dizer então que o litoral do Paraná também é habitado por pessoas que não têm religião. Afinal, por lá também aconteceram catástrofes naturais!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

OPINIÃO


Dizem que opinião é que nem... nariz: cada um tem o seu. E que se conselho fosse bom, ninguém dava de graça. Menos os coaches, cujo maior feito foi aprender a cobrar muito caro para dar conselhos que muitas vezes ninguém pediu!
De fato, cada um tem sua opinião, e é uma tendência das pessoas recusarem a opinião de outros, geralmente dizendo que, se aceitarem o ponto de vista alheio, estariam se anulando e obedecendo o que a outra pessoa diz. E por isto também não aceitam conselhos.
Quando estamos para tomar alguma decisão, ou fazer alguma coisa que pode ter consequências sérias em nossas vidas, como fazer uma tatuagem, fazer uma cirurgia, comprar uma casa ou abrir uma empresa, várias coisas podem acontecer. Às vezes não sabemos se tal decisão será boa ou não, e sempre há a possibilidade de algo dar errado. Muitas coisas podem não sair como planejamos. Então, se alguém nos dá um conselho, ela está dividindo com a gente sua experiência, o que aprendeu no passado, principalmente com seus próprios erros, e aí somos informados de uma das possíveis consequências daquilo que queremos fazer. Neste momento temos duas opções: aceitamos o conselho e temos uma variável a menos para nos preocupar, ou ignoramos o que a pessoa disse, e teimamos em seguir em frente, correndo o risco.
Pessoalmente, acho que, quanto mais conselhos de pessoas diferentes eu receber, menores serão as possibilidades de algo ruim acontecer. Quer um exemplo? Aquela garota famosa que teimou em colocar silicone nos seios em uma quantidade exagerada, mesmo com todo mundo ao seu redor, médicos, familiares, amigos, dizendo que ela não deveria, que era arriscado e perigoso. O que ela fez? Mandou colocar o silicone assim mesmo, dizendo que sabia o que estava fazendo e que as pessoas estavam com inveja, ou que não queriam a felicidade dela. Quem assistiu o drama dela na TV viu o que aconteceu: problemas de saúde e um tratamento difícil. Se tivesse ouvido os conselhos das pessoas, teria evitado muito sofrimento!
E quando temos um ponto de vista, uma opinião formada sobre alguma coisa, geralmente não aceitamos opinião contrária. Seja nosso time, ou nossa religião, ou nosso partido político, ou nossa ideologia, não permitimos que outra pessoa nos diga que estamos errados. Parece que, se aceitarmos a opinião diferente, estaremos dizendo não às nossas convicções, e seremos tolos, “maria-vai-com-as-outras”, e que somos espertos ou inteligentes ao mantermos nossas convicções.
Ora, ouvir a opinião de alguém não significa que estamos errados, ou que nossa opinião não vale; ouvir outro ponto de vista é uma forma educada de dizer: “não concordo com nada que você disse, mas somos amigos/colegas e respeito seu ponto de vista!” Porque não há nada errado em aceitar ou ouvir uma opinião contrária à sua; é apenas uma questão de respeitar a outra pessoa e reconhecer que você não possui a verdade absoluta do universo.
Muitas pessoas têm esta mania de recusarem-se a ouvir os argumentos do outro, muitas vezes gerando discussões que podem acabar mal. Se eu acho que é A e você crê que é B, vamos ficar a vida toda discutindo, eu dizendo que A é excelente e B é ruim, e você dizendo que B é a única possibilidade e que A não deveria sequer ser cogitada. Mas os DOIS lados têm seus pontos positivos e negativos, e se conversarmos e analisarmos as duas opções, poderemos pegar os aspectos positivos de ambas as opiniões, tirar os aspectos negativos, e criar uma terceira opção, C. E de repente encontramos alguém que acha que é D, conversamos com esta pessoa e criamos a alternativa E, que será muito melhor que as anteriores, porque será uma soma dos aspectos positivos delas.
Ah, mas isto significa que estaremos sempre mudando de ideia e jamais teremos um consenso, voltando à estaca zero!”. Não necessariamente! Porque as pessoas são diferentes, e A pode servir para algumas pessoas e não para outras, já outras se identificam mais com B, e outras com C. O importante é conversarmos, dialogarmos, negociarmos e respeitarmos uns aos outros. Vamos entender que algumas crenças ou ideologias servem para alguns aspectos da vida, enquanto outras vão servir para aspectos diversos. Não deve existir uma única regra para medir o mundo, porque o mundo é composto de inúmeras coisas diferentes, até opostas. Uma única “lei” não vai conseguir lidar com TODAS as diversas facetas do mundo. A não ser que um grupo queira eliminar totalmente seu “antagonista”. Isso já foi tentado no passado, e é conhecido pelo nome de “genocídio”!

Jesus não apenas criticou os ambulantes que usavam o templo em Jerusalém para arrancar dinheiro das pessoas, dizendo que a casa de Deus não era lugar para negociatas e comércio, como destruiu suas tendas. No entanto, ele não proibiu que seus discípulos pagassem tributo ao imperador romano, dizendo que as leis dos homens deveriam ser respeitadas. Ele sabia que, na casa de Deus, valem as leis de Deus; nos domínios dos homens, as leis dos homens. E sabemos que ele não era contra as leis dos homens, porque as respeitava e não permitia que seus discípulos as quebrassem. Alguns podem até dizer que as leis de Deus são mais importantes, mas Jesus conciliava os dois mundos. Ele nos mostrou que é possível conciliarmos pontos de vista diferentes, e pessoalmente acho que foi uma das maiores lições que ele passou (dar a outra face e perdoar quem nos agride, e caminhar nas sandálias de alguém – procurar entender outra pessoa e compreender o que ela sente – são as outras duas mensagens dele que mais marcaram minha vida).
Eu poderia citar muitos outros exemplos sobre respeitar a opinião alheia e aceitar conselhos de outras pessoas, mas isto pode ficar para outros artigos. Creio que cada um que estiver lendo isto conhece casos que podem corroborar o que digo aqui, ou não. Não pretendo me estender muito em cada assunto, uma vez que este site é para informar e ajudar as pessoas a encontrarem seu caminho, não para debater e causar polêmica.
Meu objetivo não é, de forma alguma, fazer as pessoas aceitarem meus pontos de vista ou obedecerem o que eu digo, por que se há uma coisa que aprendi na vida é que você nunca convence ninguém a nada. Só o que você pode fazer é dar sua opinião e conselhos, e a pessoa deve decidir se os aceita ou não. E aceitar não significa admitir que se está errado; pelo contrário, aceitar conselhos e opiniões diferentes apenas soma novos valores ao que já acreditamos, nos tornando melhores.
Eu não sigo nenhuma religião, nem tenho uma ideologia política, nem torço para algum time de futebol. Acredito em Deus e coloco minha vida nas mãos dele, acho que o papel dos governantes é cuidar das pessoas para que estas possam viver dignamente e em paz, mediar os diversos interesses de muitas grupos convivendo em uma mesma sociedade, e acho que esportes são importantes para aperfeiçoar nossos corpos e mentes, independente de qual esporte você pratica. E se você não pratica esporte algum, e gosta só de assistir, também está bem. Você é a única pessoa que sabe da sua vida, e apenas Deus e sua consciência podem julgar se você está certo ou não. Este não é meu papel. Minha missão, a que escolhi para mim, é ajudar você, e qualquer pessoa, a se encontrar, a repensar suas escolhas e decisões, e a entender que o que realmente importa é viver com alegria e felicidade, não importando se você é católico, evangélico ou judeu, se é de esquerda, de direita ou anarquista, e se é corintiano, palmeirense ou atleticano. Se é negro, branco, índio ou asiático, hetero ou homossexual, homem ou mulher, milionário ou mendigo, criança ou adulto. Viver feliz é o que importa, por que a única certeza que temos é que vamos morrer um dia, e não levaremos nada conosco. Esta é a minha opinião; sinta-se livre para discordar. Escreva, comente, brigue, me xingue. Mas por favor, procure ser educado; pode ter crianças lendo!

sábado, 22 de janeiro de 2011

FALE-ME SOBRE SUA INFÂNCIA


Ah, a infância! A coisa mais difícil era aturar os pais exigindo que arrumássemos o quarto! Não precisávamos votar, trabalhar, pagar contas, não tínhamos patrão chato, trânsito estressante, não precisávamos discutir, religião, política ou a bolsa de valores! A parte mais chata era simplesmente... fazer a lição de casa! Até ir para a escola era divertido! Mas então chega o dia em que, sem sabermos como ou porque, não somos mais crianças! Começamos a fazer parte do mundo dos adultos e acabamos percebendo que não queremos mais brincar! E brincar costumava ser a melhor coisa do mundo! O que aconteceu?
O problema continua na adolescência. Os adolescentes não são ainda adultos, mas também não são mais crianças. Espera-se que comecem a demonstrar responsabilidade e maturidade, mas frequentemente eles cometem erros. Porque, afinal de contas, se os adultos não sabem como lidar com as coisas da vida, como esperar que os jovens e as crianças saibam?
Nós, adultos, somos muitas vezes tão ou mais problemáticos que os jovens. Deveríamos já ter experiência suficiente para não cometer mais os mesmos erros, mas estamos sempre agindo errado. Dizemos aos nossos filhos que não devem beber ou fumar, que estas coisas não são boas, mas então porque o fazemos, e na frente dos filhos? Ensinamos a eles que devem respeitar as outras pessoas, mas basta alguém nos fechar no trânsito que começamos a xingar, se tem um carro estranho estacionado na nossa vaga, queremos quebrar-lhe os vidros. Ensinamos a nossos filhos o valor da honestidade, mas ficamos em silêncio quando recebemos troco a mais no supermercado, mesmo quando sabemos que o coitado do caixa vai ter que pagar a diferença. Se não damos exemplos adequados, como vamos querer que nossas crianças e nossos jovens ajam adequadamente?

Este comentário do jornalista da RBS TV de Florianópolis, o Luis Carlos Prates, gerou muita polêmica (como quase todos os comentários dele). Este jornalista é conhecido por ser muito direto e intolerante. Ele não costuma perdoar desvios da sociedade e os critica abertamente em seu quadro. Não quero discutir a vida pessoal dele, seus méritos e seus pecados, porque não é este meu objetivo. Também quero deixar claro que não concordo 100% com tudo que ele diz, mas com 50%. Realmente, como professor e educador, e como pai, vejo muitos exemplos de crianças e jovens que não têm limites, e na grande maioria das vezes esta falta de limites vem de casa. Os pais não devem bater em seus filhos, ou mesmo brigar com eles, APENAS PARA DESCONTAR SUAS FRUSTRAÇÕES, ou para IMPOR MEDO aos filhos, ou ainda para MOSTRAR AOS OUTROS QUE ESTÁ EDUCANDO OS FILHOS. Não devem bater nos filhos, mas devem mostrar a eles que atitudes erradas são passíveis de punição. Avise seus filhos: errou, será advertido. Repetiu o erro, será punido. E esta punição tem que acontecer como você prometeu, ou seus filhos podem começar a não acreditar mais em você.
Quando eu estava lecionando em uma escola particular, para alunos da quinta série (sexta série hoje), eu tive um aluno de 12 anos que estava fumando maconha na sala de aula e distribuindo aos coleguinhas. Tirei todos os cigarros dele, joguei-os no cesto de lixo e despejei água em cima. No dia seguinte, o pai deste aluno, advogado importante, apareceu na escola querendo processar todo mundo. Esta foi a conversa com o diretor e dono da escola:
– Ninguém tem o direito de mexer na mochila do meu filho!
– Ah, mas ele pode distribuir drogas para os colegas?
– Não interessa, eu pago esta porcaria, e não admito que um professorzinho de m... desrespeite meu filho!
– Então o senhor deve tirar seu filho da escola, porque eu não admito drogados e traficantes aqui!
No final, o pai percebeu o que estava fazendo, começou a disciplinar mais o filho, e o garoto passou a ser um bom aluno (não o melhor, mas foi um grande progresso). Claro que não naquele ano, mas no ano seguinte, ele tinha superado em muito seu rendimento. Este é o tipo de educação que eu vejo acontecendo nos lares de hoje, principalmente nos lares das pessoas mais abastadas e (deveriam ser) mais cultas.
Ensina-se o filho que ele pode ter tudo que quer, que não precisa ter limites, e ele cresce achando que o mundo é seu. Claro que a probabilidade deste jovem tornar-se um marginal é grande. Disciplina é importante (a Super Nanny mostra isto sempre no programa dela), e é também importante que não se espanque as crianças. Elas levam algum tempo para aprender suas lições, então não devemos exigir que peguem na primeira vez. Mas se continuarmos mostrando a elas o caminho certo, e PRINCIPALMENTE DANDO BONS EXEMPLOS, a probabilidade de criarmos um monstrinho diminui muito.
Outro dia conheci o jogador de vôlei da seleção brasileira, o Giba. Ele, a mulher e a filha apareceram no local onde trabalho, e a menina jogou no chão vários folhetos que estavam sobre uma mesa. Corri para junta-los do chão quando o Giba me chamou:
– Deixe aí. Ela derrubou, ela junta!
Com a fama dele, a menina tinha tudo para crescer mimada e se achar uma princesinha, achando que o mundo está aí para servi-la. Mas não! Não sei muito sobre a vida dele, mas ele está de parabéns como pai. Isto é algo importante que devemos ensinar a nossos filhos: a responsabilidade de respondermos por nossos erros. Afinal, não quero que o Prates esteja 100% certo. Algum pai aí quer?